sexta-feira, outubro 29, 2010

Inovação ou mudança?


Quero saber o que as pessoas pensam e o que acontece quando se fala em mudança.

Quero é jogar para fora perguntas sobre ensino diferenciado ou novas possibilidades, quando não falamos - no mesmo grau - sobre avaliação diferenciada; continuamos fazendo mais do mesmo. Quero colaborar com essas idéias e me envolver na solução delas.

Assim, no contexto de falar de mudança ... e saindo de uma das afirmações que faço, percebo uma coisa: é melhor parar de falar sobre a criação de culturas de mudança.

Mudança é uma palavra com significado - positivo ou negativo. A mudança pode ser positiva ou negativa. A mudança pode ser uma coisa ruim - temos um monte de gente a quem perguntar sobre, e pode ser positiva - tomara que tenhamos mais gente ainda. E consigo traz alguns medos, que são naturais muitas vezes.

Quero começar a falar sobre inovação. Quero que passemos a pensar como tornar muito melhor o que chamamos de escolas que conhecemos hoje. Inovação é a palavra chave para isso.

A inovação não tem de significar inovação tecnológica. Ela pode ser sobre a prática docente, estrutura escolar, os estilos de aprendizagem dos alunos, metodologias online, qualquer coisa, mas esse é o termo que devemos usar se efetivamente queremos fazer algo. Manter a estrutura atual sem inovação, só falando de mudança, não adianta.

Para entender melhor, temos que considerar e ver a importância atribuída a dois conceitos básicos relacionados com a inovação: orientação sistemática e resultados.

Em termos de inovação pelos objetivos, precisamos de indicadores para dar a volta e fechar o ciclo de inovação. Desta forma, nós saberemos o quanto temos conseguido e se cumprimos os objetivos propostos, ou se precisamos manter à procura de inovações para alcançar os objetivos. Em suma, saber se a inovação realmente trabalha a favor e vai além de palavras e boas intenções.

Mudar por mudar é cansativo, frustrante, e pode tornar-se difícil fazer melhorias quando vemos oportunidades para ir além; é uma timidez essa mudança, desnecessária diria. Inovação sugere um movimento para a frente, onde creio que todos precisamos ir. Da mesma forma, sugere que temos que questionar o porque queremos mudança, assim como avaliar o que perdemos quando mudamos - que é, por vezes, muito.

Resumindo: inovar é algo que eu quero fazer avançar. Não quero falar sobre como as nossas escolas vão mudar, eu quero falar sobre como as nossas escolas vão inovar.

Mas como é que podemos convencer quem concede investimentos/orçamentos para a inovação para continuar a pôr dinheiro se não temos dados para mostrar qualquer tipo de retorno? Como vamos convencer que a transferência de pessoal para trabalhar em equipes de inovação vale a pena?

A mensuração sistemática do desempenho da inovação passa a ser, assim, a chave para converter o processo de geração de inovação em um ciclo que você pode (e deve) executar, sequencialmente. Essa mensuração também tem uma vantagem importante na implementação de um sistema de inovação, para que possamos "justificar" os benefícios do sistema de inovação quando encontramos obstáculos e inconvenientes que aparecem por conta da resistência à mudança e processos paralelos.

Neste sentido, podemos dizer que, se os objetivos são o motor do ciclo de inovação, a mensuração de resultados é o lubrificante que reduz o atrito. Será que conseguiremos efetivamente inovar nas escolas ou apenas mudá-las?


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